Paradoxo: lucros vs responsabilidade na educação alimentar

Se por um lado parece um enorme contrasenso a campanha lançada pela Unilever, por outro é necessário analisar todos os passos desta multinacional.

Certo é que tal como todas as empresas também a Unilever só "sobrevive" porque consegue que os consumidores optem por adquirir os produtos, ainda que para isso tenha muitas vezes que moldá-los aos gostos da população tornando-os menos saudáveis.

O importante é que a empresa não descuide a saúde e forneça informação para que quem compra o faça conscientemente.

Analisando alguns passos da Unilever é importante vangloriar o percurso positivo que esta fez para melhorar muitos produtos tornando-os mais saudáveis assim como a preocupação com a educação alimentar que demonstra esta campanha.

Ainda que pareça um paradoxo não podemos negar que transmite algo positivo e importante.

http://www.davidairey.com/the-hypocrisy-of-unilever-advertising/

Objectivos da Publicidade

Tal como temos vindo a referir neste blog, a alimentação é um factor muito importante na saúde de todos. Isto leva a que a indústria crie constantemente novos produtos e os publicite para conquistar o mercado.
As formas como as empresas tentam conquistar os indivíduos são fundamentalmente 3:

1. dando a conhecer o alimento

2. fazendo sentir prazer, fazer gostar do produto e criar vínculos emocionais com a marca

http://blogritos.twix.pt/

3. agindo sobre os alimentos

http://www.pescanova.pt/site/produto.asp?produtos=peixe

Neste último link ao clicar na imagem do produto surgem diversas opções de utilização do mesmo.

Nutricionista divulgador de ciência?...

Tal como a muitos outros profissionais, também aos nutricionistas cabe o papel de comunicar informação produzida por outros. Como profissionais de saúde, e tendo em conta a responsabilidade que isso acarreta, é seu dever verificar a qualidade da informação bem como simplificá-la e descodificá-la de modo a seduzir a população alvo. Dado que um nutricionista transmite constantemente orientações sobre alimentação aos individuos é dificil manter uma posição neutra, este colocar-se-á quase sempre a favor dos conhecimentos científicos sobre alimentação que considera mais credíveis. O fundamental nesta questão é que um profissional da área da nutrição coloque sempre em primeiro lugar as características nutricionais benéficas dos alimentos destinados a uma população e só depois os interesses económicos e políticos.

Publicidade: um só obejctivo, duas correntes

A escolha de determinados alimentos em detrimento de outros é influenciada em grande parte pelas campanhas publicitárias, sendo as suas estratégias de marketing baseadas essencialmente em duas correntes. Na corrente estruturalista enfatiza-se os produtos como essenciais no processo de socialização, sendo assim há inúmeros alimentos "rotulados" como destinados a uma determinada classe social e/ou faixa etária.

Por outro lado, temos a corrente funcionalista na qual os benefícios nutricionais, o bem estar e a saúde "falam mais alto" que as questões sociais.

Tem-se verificado uma tendência para a associação destas duas correntes onde se alia a saúde e bem-estar do próprio à imagem e aceitação social.

16 Outubro - Dia Mundial da Alimentação

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, data que não quisemos deixar passar em branco, por isso de seguida deixamos algumas regras simples relativas à alimentação para viver com mais saúde:
- Tomar sempre o pequeno-almoço;
- Iniciar as refeições principais por sopa;
- Comer devagar, mastigar bem;
- Evitar fritos, produtos de charcutaria, molhos e bebidas açucaradas;
- Beber pelo menos 1,5l de água por dia;
- Não considerar a alimentação uma recompensa nem um castigo;
- Fazer compras com uma lista e não se deixar tentar…

Dos primórdios à actualidade...

Muito antes de ouvirmos falar em nutricionistas e doenças influenciadas pelo padrão alimentar já era comum falar-se de alimentação.

Mas porque será que se comunica tanto sobre alimentação?

A necessidade de comunicar sobre alimentação surgiu por uma questão de sobrevivência, era essencial criar uma relação entre os alimentos e o seu efeito na saúde.
De um acto empírico comunicar sobre alimentação foi-se tornando algo mais complexo, muito à custa do desenvolvimento científico. Estas descobertas científicas juntamente com os avanços tecnológicos a que temos assistido nas últimas décadas têm permitido o crescimento do mercado de produtos alimentares. Todos os dias somos “bombardeados” pela divulgação de novos produtos.
Mas porquê este “bombardeamento”?
Como muitos dos novos produtos baseiam a sua publicidade em alegações nutricionais isto gera alguns pontos de discussão sobre alimentação, um factor decisivo no desenvolvimento de certas doenças.
A par com a saúde surge também o lado estético: O que comer e o que deixar de comer para ter um corpo perfeito? Esta é uma questão que muitos colocam, e para ela existe um “sem fim” de respostas dadas por todos os meios de comunicação.
E no meio de tanta pergunta vamos deixar-vos com mais algumas...
Será que toda esta informação é credível?
Ou serão apenas estratégias de marketing que podem não ser vantajosas para todos os indivíduos?